Da Janela da Solidão

domingo, 9 de fevereiro de 2014 23:30 Publicado por ANNA LUISA PIRES 0 Comentários
   E na solidão da madrugada, se escondem todos os meus medos e tristezas. As mágoas afogadas por uma garrafa de vinho deixam a existência mais suportável. Aquela velha sensação de que nada está no lugar certo.
   Aquele velho desejo de felicidade, e aquelas velhas lágrimas companheiras que insistem molhar meus olhos com esse sal que resseca, que dói. Sabe aquela sensação boa, de lar, de segurança ... Não me lembro de me sentir assim, desde... sei lá, nunca.. ou a lembrança é tão vaga que parece uma imagem no horizonte de um dia quente: turva e distante. E desde que me dei conta de que não era mais menina, esse vazio me acompanha, me marca. Não é justo não ser feliz por tanto tempo heim?
   É um ciclo de indiferenças, de raiva reprimida, de dor não sentida e tristeza guardada. Só sei que é persistente e contínuo. Eu juro que passei anos acreditando que isso um dia fosse passar, mas não... só volta de formas diferentes. E sempre no pior dia, da pior semana, na pior hora: no auge da lua e da minha solidão.





Anna Luisa Pires